Milhares de teias cobriram cidades do interior paulista em um evento raro—e a ciência finalmente explica o que aconteceu.
Moradores relataram sentir como se estivessem em um filme de terror ao acordar e encontrar plantas, postes e até animais cercados por mantos sedosos gigantescos.
O fenômeno, conhecido como ‘ballooning’, não é exatamente uma ‘chuva’, mas sim um impressionante mecanismo de migração em massa de aranhas.
Embora assustador à primeira vista, este espetáculo da natureza é inofensivo e revela segredos fascinantes sobre adaptação animal.
O que Aconteceu? O Evento que Viralizou
Em janeiro de 2025, moradores de cidades como São José dos Campos, Sorocaba e Itapetininga acordaram com um cenário de filme de terror: árvores, postes e campos cobertos por camadas de teias de aranha—como se tivesse “chovido” aranhas.
Vídeos e fotos inundaram as redes sociais, com hashtags como #ChuvaDeAranhas e #BrazilAracnideo atingindo mais de 500 mil menções em 48 horas.
O fenômeno, raro mas não inédito, repetiu eventos similares registrados em 2013 (Minas Gerais) e 2019 (Austrália)—mas em uma escala jamais documentada.
Por que Chove Aranha? A Explicação Científica
O termo “chuva de aranhas” é enganoso. Não são aranhas caindo do céu, mas sim um comportamento de dispersão aérea, conhecido como ballooning (voo de balão). Eis como funciona:
- Estratégia de Sobrevivência: Filhotes de aranhas (principalmente da família Linyphiidae) sobem em pontos altos (como plantas ou postes) e liberam fios de seda.
- Correntes de Ar: Os fios funcionam como “paraquedas”, capturando correntes de ar quente que elevam as aranhas a até 4 km de altitude.
- Migração em Massa: Milhares de aranhas decolam simultaneamente para colonizar novos territórios—e eventualmente pousam em conjunto, criando o efeito de “teias gigantes”.
Dado Curioso: Em 2025, cientistas do INPE associaram o evento a ondas de calor extremo na região—que criaram correntes de ar ideais para o ballooning.
5 Fatos que Você Não Sabia Sobre a “Chuva de Aranhas”
- Não É Perigosa: As espécies envolvidas são inofensivas aos humanos (não são venenosas). Seu objetivo é caçar insetos, não atacar pessoas.
- Fenômeno Antigo: Relatos similares existem desde o século XVII—Charles Darwin registrou “aranhas voadoras” em seu diário a bordo do HMS Beagle.
- Arquitetura de Teias: As teias são “cooperativas”—diferentes espécies trabalham juntas para criar megastruturas de seda.
- Benefício Ecológico: Após o evento, há redução de mosquitos e pragas agrícolas na região—as aranhas são predadores naturais.
- Previsível?: Estudos da UNESP sugerem que o fenômeno pode se tornar mais comum com as mudanças climáticas.
Viralizando no Mundo: Como a Mídia Internacional Reagiu
O fenômeno brasileiro foi notícia na BBC, National Geographic e até no programa “Um Mundo Alienígena” da Netflix. Biólogos estrangeiros vieram ao Brasil estudar o caso—e influencers fizeram transmissões ao vivo dentro dos “campos de teia”:
- @CienciaMaluca (TikTok): Vídeo com 12 mi de views mostrando aranhas “decolando” de plantas.
- NASA Earth Observatory: Publicou imagens de satélite mostrando as correntes de ar que causaram o evento.
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